domingo, 11 de agosto de 2013

O meu destino eu decido.




Eis que de repente, tudo muda!

Os caminhos mais improváveis se confundem e no meio dessa confusão me desloco de um habitat moderno, grande e dinâmico, para outro canto miúdo, mudo e pacato. Muitos rumos ramificados à minha frente, desejados, ambicionados, mas em apenas um destino posso aventurar e oportunizar novos aprendizados.
O sol entrou na casa de alvenaria lajotada e expulsou-me para a piçarra e uma casa de palha.
Eis que essa carcaça agora, enfrenta um próximo ciclo, uma nova empreitada, mas a alma fica com um sorriso meio sem graça, abraçando a saudade e almejando sorte, fazendo companhia às lembranças vivas e  para olhos marejados.
O destino que eu rascunhei, chegou e tornou-se concreto nas folhas daquele livro encapado.

Agora, vou embora!


terça-feira, 6 de agosto de 2013

O primeiro lobo.


A vida me conduziu, e eu, abusada e segura de mim, entrei pela porta da frente. Aliás, entraram em mim. Romperam meu sagrado. Vim a este mundo de loucos... profana, ácida e de vez em quando sorridente. 

Foi alí no muro da praça, no canto mais soturno. Perto de algumas plantas.
Nos postamos em pé.
Encostou-me naquele muro de pedras, tão salientes, quanto ele próprio. O lugar era escuro e já passava da meia noite. O cenário era todo nosso, a rua estava deserta, um cheiro forte recendia. 

Garras grossas, suado e faminto me imprensou na mureta, agarrou minha anca e suspirou forte em minha nuca. Tinha um olhar abusado, sacana e malino que falava. Língua quente e respiração ofegante.
Assediou minhas curvas e pernas. Com os dedos, passeou por lugares jamais tocados por outras mãos que não as minhas. 

A saliva já fervilhando em desejos, sua língua acariciou meus lábios, desceu até os mamilos, abriu uma caminho melado pela barriga até chegar à fonte dos meus sonhos, estremecendo por completo o sangue e revirando meus olhos.

Encontrou meus caminhos ainda calados e eu encontrei meu 'eu' e minha sabedoria.

Enfiou-se devagar, entrando e saindo. Soprando e esfregando. Rebolando... partilhou de seu belo néctar, uivando sobre mim.

Me comeu alí mesmo, no muro, com uma força que me fez esquecer de qualquer energia em meu corpo.
Foi a primeira boca. A mais doce e mais louca. 
A boca de um macho bonito, forte, viril que não lembro o nome. Mas prefiro lembrar que se assemelhava a um lobo.

Meu primeiro lobo.



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