quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Meio sei lá.

Tenho andado baqueada das ideias. Cabisbaixa, embasada , jururu mesmo. Acho que é esse tempo de final de ano, sabe? Pra mim, é a época mais triste do ano. Não gosto.

Enxergo a cidade numa tristeza só. 
Sujeira pra todo lado dentro da violência que piora. 
Gente abandonada nas ruas. Animais confundem-se com bichos em lixos na feira.
Mais um ano que se vai e nada muda. 

Os costumes são os mesmos.
As pessoas estão muito preocupadas em pagar contas e fazer mais dívidas. 
Afinal é natal. 

Mas é Natal pra todo mundo?


segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Sobre presente do ano.

Este ano de 2014 tive entre tantas alegrias para compartilhar, o inesperado convite do querido poeta Claudio Cardoso para participar com uma crônica para a I ANTOLOGIA DE CRÔNICAS - BELÉM 400 ANOS. 
Fiquei muito feliz pelo convite e confesso que em primeiro momento , não me achei capaz para participar. Primeiro porque entre tantos escritores desta terra, renomados e cheios de poesia achei injusto para com eles, afinal meu tempo de escrita é pequeníssimo perto dos grandes autores deste estado. Segundo porque eu nunca havia escrito uma crônica, o que me deixou mais descrente ainda dos meus escritos, que sinceramente, acho uma arte das maiores aos que escrevem com tanta naturalidade este gênero. 
No entanto, refleti que para este trabalho não houve concurso, não burlei fila alguma , nem comprei um espaço para que eu participasse. Pelo contrário, EU HAVIA SIDO CONVIDADA pelo grande cabeça deste projeto que é o Cláudio.  E foi então que minha crônica foi escrita com paixão e sedução que a nossa Belém traz consigo, nesses quase quatro séculos de existência. Assim como os outros textos de autores maravilhosos desta Antologia.
Nos retratos abaixo, estamos com a boneca do livro ainda, pois para esta Antologia até seu lançamento ainda faltam patrocinadores que torne este sonho concretizado. 



Sodré e eu.


Sodré, eu, Cláudio Cardoso ( Idealizador do projeto) e Maciste Costa (ilustrador da nossa Antologia).


Eu com a página da ilustração da minha crônica. 

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Ao poeta Raimundo Sodré.



Todos os dias temos pessoas a quem nos inspiramos, pessoas que nos fazem suspirar a vontade de viver e querer "copiar" o modo como elas prestigiam a vida, principalmente esse modo poético de ler situações do dia-dia.
Nessas minhas 27 estações, tenho os meus cantores favoritos, meus poetas, meus livros, meus filmes, meus amigos, meus alunos. Àqueles que teimo em dizer que são MEUS.  Não como objetos ou propriedades de meu ser. São mais que isso, são companhias valiosas e que a todo momento me fazem falta e me farão toda vez que eu me for ao longe. São pedras preciosas que me fazem mudar e enriquecer os pensamentos.

Hoje é um dia comum. E que aparentemente não teria motivo algum pra atirar o amor publicamente. Mas eu discordo daquela tradição de que a maioria dos seres humanos fazem homenagens aos seus semelhantes, no momento em que estes estão aniversariando ou pior, aos que partiram desta terra. Mas quero aqui, esbanjar esses sentimentos de gratidão e alegria por um amigo simplesmente fantástico.

Ele apareceu como aquelas pessoas que a gente conhece, mas que já faziam parte da nossa vida há muito tempo , sabe?! Pois é, o poeta Raimundo Sodré é exatamente assim.
No decorrer em um intervalo de tempo entre nossas datas de nascimento, teve um fato engraçado e bem curioso que nos uniu.
Minha mãe estudou com a esposa dele, há um tempo atrás no colégio Centro Auxílio. Se conheciam desde esse tempo. Porém, nunca mais tinham tido contato.
E em outubro de 2010, minha irmã conheceu o Sodré nas energias poéticas do arrastão do Pavulagem. Estavam juntos ligados por um amigo em comum deles, o Valber Gaia. O Sodré então percebeu as semelhanças daquela amiga da adolescência e começou a indagar minha irmã, sobre os assados e cozidos do passado da minha mãe, e tudo que ele perguntava , eram positivas as respostas. Foi então que concluiu que era filha de quem achava que era. 
Mas antes , no decorrer do arrastão, o Sodré já havia me avistado e também percebeu a semelhança escrachada minha e de minha matriz. Tanto que até  achou que eu fosse ela, mas pelo tempo passado e a lei da gravidade, entendeu que seria quase impossível. Ele até queria falar , mas tinha vergonha. E só depois, durante o show, na praça do Carmo nos conhecemos de verdade. Entre uma cerveja e outra, quando eu fui falar com minha irmã, o Sodré estava perto, daí nos conhecemos... E aquele quebra-cabeças todo, foi montado.

Desde então,  nossa ligação começou a ser intensificada. Nos encontrávamos e conversávamos sobre tudo um pouco. Ele se tornou meu professor de gramática, meu amigo, meu irmão, e se eu fosse crente em algo superior, me arriscaria a dizer que somos almas irmãs. Daquelas que complementam-se em terra.
Creio mesmo que temos uma ligação forte, que vai além da escrita estonteante que o Sodré desenrola e me faz inspirar a cada leitura, a cada palavra bem soprada ao vento que me traz poesia e sorte. Vai além da alegria e dessa vida. Vai para as artérias do coração e fica por lá movendo a gente. Alegrando a cada lua, a cada contato, a cada sarau, a cada abraço e a cada sorriso compartilhado. 






Post Scriptum: Aos amigos que quiserem conhecer as linhas deste poeta, taí o blog http://raimundosodre.blogspot.com.br/



quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Minha cidade chorou.

05h:10  - Terça, 05 de novembro de 2014. 

Acordei sem querer para remediar e dar comida aos meus felinos. Olhei para a janela do quarto, clareando aos poucos, iniciando um dia soturno. Sem querer liguei a TV em um canal qualquer, mas não havia nada de interessante. Desliguei. 
Continuei sem sono. Liguei o pc e fui parar direto nas redes sociais. Muita notícia ruim. Desespero. Medo. Minha cidade chorosa. Meu país desenganado. 

Desliguei. 
Deitei incomodada. Não dormi.

Levantei.  Olhei a rua. Olhei o céu já claro. Senti uma angústia. Um choro preso. 
Senti que se minha cidade, meu país pudessem, mudavam de nome e lugar, com tanta tristeza amarga.
O sorriso da minha cidade não se vê. Têm semblante amedrontado, cabisbaixo, depressivo plantado no asfalto. Nessa madrugada, minha cidade disse que não iria aguentar,  e que é tempo de aflição. Chorei junto a ela. 
Fiz companhia à cidade. Fiz companhia para ela que tantas vezes me fez sorrir. A ela que já me acolhe a 26 anos e me ama como filha.
Compreendi seu silêncio. Sua dor. Compreendi o valor de sua memória, de suas lágrimas, de seu cansaço.
Apenas a abracei. 
Entendi que seu lamento também é dor humana. E que Cidade é gente. Belém é gente. Eu sou gente e também posso lhe acalmar. Mas hoje, apenas nos acariciamos, esperando o mal passar.


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