05h:10 - Terça, 05 de novembro de 2014.
Acordei sem querer para remediar e dar comida aos meus felinos. Olhei para a janela do quarto, clareando aos poucos, iniciando um dia soturno. Sem querer liguei a TV em um canal qualquer, mas não havia nada de interessante. Desliguei.
Continuei sem sono. Liguei o pc e fui parar direto nas redes sociais. Muita notícia ruim. Desespero. Medo. Minha cidade chorosa. Meu país desenganado.
Desliguei.
Deitei incomodada. Não dormi.
Levantei. Olhei a rua. Olhei o céu já claro. Senti uma angústia. Um choro preso.
Senti que se minha cidade, meu país pudessem, mudavam de nome e lugar, com tanta tristeza amarga.
O sorriso da minha cidade não se vê. Têm semblante amedrontado, cabisbaixo, depressivo plantado no asfalto. Nessa madrugada, minha cidade disse que não iria aguentar, e que é tempo de aflição. Chorei junto a ela.
Fiz companhia à cidade. Fiz companhia para ela que tantas vezes me fez sorrir. A ela que já me acolhe a 26 anos e me ama como filha.
Compreendi seu silêncio. Sua dor. Compreendi o valor de sua memória, de suas lágrimas, de seu cansaço.
Apenas a abracei.
Entendi que seu lamento também é dor humana. E que Cidade é gente. Belém é gente. Eu sou gente e também posso lhe acalmar. Mas hoje, apenas nos acariciamos, esperando o mal passar.
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