quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Desconhecem-se de si quando se amam.


Retrato da net.


Perdi o ar. Congelei e aqueci. Estive petrificada alí no meio do salão enquanto ele me devorava com os olhos. Ponto a ponto do meu ser. 
Eu estava com um vestido colado, avantajando minhas formas, um perfume adocicado e um batom chamativo. Ele vestia-se de uma camisa branca, calça jeans e cheirava a cerveja.
Enquanto desviei o olhar, me fitava o decote e o dorso.
Aproximávamos aos poucos.

De olhos fitados, pediu-me o cigarro e eu a bebida avermelhada de gosto amargo excitante. 
Trocamos duas palavras e pedi-lhe o beijo. 
Não recusou. 

Agarrou-me vorazmente os quadris, apertando e me trancando. Não deixou-me qualquer valor de fuga.
Éramos dois seres famintos no meio daquela festa negra e maluca.
Em meio ao furdunço alucinante, ópio, luzes, som... meu querer era ser beijada, uma intensa vontade em ser lambida e com movimentos rápidos ser chupada , tocada, e vasculhada.

Desde o ínício da festa, ansiei aquele animal endurecido sobre mim. Me desejando , me degustando, me posicionando...

Sussurrou apressado que me queria só pra ele e me puxou para uma galpão, por alí escondido.
Apalpou-me o dorso, as coxas, mordiscou minha nuca, enquanto o falo engrossava desesperado embaixo da calça. Não demorou a abrir o zíper e declarar o monstro sedento, pulsante almejando o prazer. 

Deslizou a língua quente em meus seios opimos, estremecendo o corpo todo. Desceu, arrancando-me o vestido, aplaudindo meu desvairismo. O arrebatamento nos tomou por completo. Encurralou-me nas paredes, provou do meu suor. Experimentei aqueles lábios macios e viris. Debrucei minha boca sobre o pênis latejante e angustiado. Movimentamos nossos corpos, ambições e loucura. Compartilhamos saliva em beijos insaciáveis, nas águas diamante do verbo amar.

Me pôs no colo , escorou-me às paredes e adentrou em mim, e naqueles deslizes de vais e vens, entre entulhos , pó obscuro inapropriado que mesmo no chão, nos fizeram amantes indispensáveis. Inebriados da droga da paixão, grudados na saliva e no suor , no gozo que horripila e fascina. Em abraços que apavoram e deixam em transe.

O cio.
Felação. 
Coito. 

Dois estranhos completos na calada da noite.
Felizes e alimentados. Completos de si. 

Amanhece o dia, a festa acaba e caminham juntos conversando sobre suas vidas e suas histórias desconhecidas.

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