Afogam-se de poesia as chuvas aqui pras bandas de Belém do Pará. Por vezes é triste, melancólica, esmorecida causando até um certo receio e um bocadinho de dor no peito, mas quando bem observada transforma-se num tesouro reluzente, cheia de amor na responsabilidade pelo refresco, bem-estar e marcando os encontros dos amantes.
Exala um cheiro forte de folhas molhadas e quintais adormecidos de lembranças infantes. É sempre inspiradora e serve de desculpas para se esquentar.
Na janela do meu quarto, os dias de chuva são quadros cotidianos poéticos. Tem biqueira, blues, gatos, uns amigos libertários e um peixe solitário. E a noite, não se faz de rogada, surge e logo anuncia madrugada. Embriagada, enebriada, encabulada, descortinada!
Por vezes, me vejo chuva!
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