quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Dentro do bolso, as memórias.

Dias pra guardar no bolso da camisa, bem perto do peito. Aqueles dias pra eu olhar de perto...
Aqueles dias da infância, em que um jambo verde com sal no alto do jambeiro me fazia tão feliz; aquelas tardes quentes no bairro do Benguí, na rua de piçarra e valas enormes nas quais pescava peixinhos "de aquário". 
Aqueles meses de férias na praia do Marahú, na barraca na beira, em que catávamos caramujos nas famosas pedras do final da praia, e comer com o espinho da pupunheira. Lá  também pescávamos peixes pra comer, contemplando aquela paisagem maravilhoso; 
Aqueles anos de adolescente revoltada, cheia de fôlego no peito , cheia de coisas intermináveis, cheia de amores valentes. 
Guardarei no outro bolso, os dias na Vigia de Nazaré. Aqueles dias saudáveis, de aprendizados de vida, de universidade, de campo,de vinho, de amigos, cheios de amor... junto com uma foto da Amanda, claro. 
Os meses no Xingu, o grito da Rosa - a arara que eu me apaixonei. As perguntas da Ritinha e do Alan. Todos os rostos dos meus alunos guerreiros de todos os dias. Das pessoas que não me conheciam, mas sorriam todos os dias para mim.
Guardarei também os cheiros, os sabores, as lágrimas... pra que eu saiba que os dias passados no meio das coisas miúdas, foram alicerces pra essa Laila aqui estar de pé. Foi a poesia vivida que me encantou, me fez respirar e me faz viver.
E quando essa luz que me faz viver, um dia apagar, vai acender em algum bolso em outro lugar.

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