quinta-feira, 24 de julho de 2014

Um dentro do outro.

Retrato da net.

Mãos ásperas escorregam entre linhas e curvas, desenhando peles quentes e epiléticas entre lençóis molhados de desejos, grudando nossos corpos mudos. Somos pedaços um do outro, faísca em atrito, movimento de entrada e partida. Somos experimento da saúde que acende o fogo que move a gente.

Nosso cenário é montado de elegância em uma nudez simplória, armada de arritmia e loucura por todo lado. Incensos e suor circulando, adulterando o sangue, cegando a solidão, misturando sabores. Somos testemunhas e cúmplices de alma e saliva.

A força dos olhares dele parecem arrancar do peito o que é mais perfeito, que por vezes me deixa morta, mas rapidamente respiro a vida pela boca dele que acaricia-me os grandes lábios já eriçados, deixando em alerta o clitóris. Sinto a língua dele perde-se em meu ventre, sugando meu valor e minha memória. Arrancando por entre as pernas toda minha essência. Ele distorce minha visão num desmaio rubro, alucinógeno.  Resgata de mim a fome quando esfrega o falo babando sobre minha cona. Encosta o dedo e vasculha algo que fora perdido. Me faz tremer, gemer, chorar e sorrir, na medida em que acaricio-lhe o pênis torneado, massageando-o, segurando-o firmemente, subindo e descendo minha mão, arrodeando-o em movimentos circulares, modelando o corpo ondulado, elegante , inquieto.

Ele me calibra antes de adentrar completamente. Sobre os pequenos e grandes lábios escorregadios, roça a glande e o prepúcio suplicando para entrar. Procura em mim, o gozo. Encontra meu ser. Me remexe e suspira. Suspende-me. Enlouquece-me. Faz-me mulher. Entra perfeitamente, como se eu fosse a fôrma exata para servir-lhe. Macho e fêmea alinhados. Um dentro do outro. Armados e protegidos.

Sinto o mel escorrer e molhar minhas pernas, quando aquele membro esponjoso palpitava em frente da minha vagina e dança ao redor do clitóris. De repente, nada mais importava a não ser o falo todo dentro de mim. Falta fôlego e tudo pára.

É na falta da respiração, que  ele jorra a água que mata minha sede. 
Soltamos juntos um urro desesperador de prazer!




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