sábado, 21 de dezembro de 2013

Chovi!

Estou de volta ao 'berço' já fazem oito dias a ainda não havia vindo por aqui para contar as novidades. Desculpem! ( Se é que alguém ainda vem por aqui.)

É que estive "revivendo" o meu mundo em Belém do Pará. Revendo amigos, visitando lugares, bebericando, dormindo bastante e vivenciando a minha vida antiga, antes do Xingu.

Mas hoje choveu! Choveu dentro de mim. Chovi! Me embriaguei nas lágrimas de Belém e de uma saudade destilada nos sofrimentos vividos a pouco tempo, lá pelas bandas de Altamira. Trouxe o corpo carimbado  por insetos e o coração marcado de aprendizados e os sorrisos no rostinho de cada aluno meu.

O lugar que ficou lá, me trouxe a realidade estúpida e cruel da vida de seres humanos esquecidos afastados de uma sociedade mesquinha capitalista a qual pertenço.

Um Interior, sim. Um local carente de oportunidades. De gente simples, de vida humilde, de sorrisos no rostos desgastados pelo sol, assombrados pela ambição de empresários, mas que espalhava dignidade e muita sinceridade. Na Ressaca, vivi quase cinco meses, suados, dolorosos e repleto de aprendizados, atuando na docência e teimosia de conhecer os próximos dias no Xingu.

Lá, aprendi a ser mais paciente, supervalorizar a educação e o meu trabalho, desafiar os meus limites, me encantar com os reclames em sala de aula das crianças em dias de produções textuais. Aprendi a me virar sem energia elétrica, sem celular ou qualquer instrumento tecnológico que não fazia muito sentido para aquela realidade. Reaprendi a comer peixes e frangos e por muitas vezes conter lágrimas nessas horas, engolir o choro quando a saudade corroía os ossos ou ao ver a vida dalí tão 'nova' e pequena tão coberta de sofrimentos e miséria. E aprendi a parar de reclamar do excesso de trabalho, do desgaste...

Chovi diversas vezes sim. Sou uma chorona e fraca. Me dissolvi junto aquele Rio, junto aquele lugar. 
Uma parte de mim ficou lá, junto com a Rosa (arara) , com meus alunos, com aquela escola, naquela casa verde de madeira , com o desejo de mudanças, com sentimentos impotentes.
Trouxe a outra parte. Uma parte forte, valente, aventureira , humilde, teimosa, naturalista, mística que o Xingu e a Ressaca me presentearam.
Ainda continuo chovendo!

Perdão!


                                                         Retrato outubro, 2013- Rio Xingu

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