quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O jogo.




Foto da net.


Meu corpo é o gramado e a trave.
Ele é jogador. O único. Artilheiro renomado, galã e casado.
Não há substituição.
A partida é de um só tempo, sem parar.
Aqui, o jogo é vestido de nudez onde retiramos o pudor.
É um jogo de emoção e perigoso.

Ele joga com as mãos e os pés o impulsiona. Me toma nos braços com paixão ao futebol, com sede ao gramado, esperando meu ataque e minha defesa. Sem me jogar pra escanteio, numa formação e sabedoria de técnico e simultaneamente jogador e treinador, me arremessa na cama e sorri, com as jogadas pensadas na cabeça. Desenha  e prepara o campo com beijos suaves, arrastando a língua quente, experimentando o gramado. 

A partida começa e a bola já se perde entre beijos, entre línguas e saliva, desejando a trave.  Ele ultrapassa a linha que divide o gramado e trabalha pela meia esquerda de meu corpo, pertinho do bico da grande área, nos seios. Chupa, lambe, me acende inteira, sem recuo da área. Estamos num empate.

Me gira de bruços e inverte a jogada de cima pra baixo, passeia os lábios doces ao longo da minha coluna. Mordisca minha nuca e já domina partindo pra cima da marcação aumentando a pressão dos dentes sobre minha pele. Arriscou o levantamento das minhas pernas, apoiou sobre travesseiros o meu ventre. Com as mãos, massageou minhas coxas, examinou minha carne, acariciou meu dorso.Com a língua, experimentou minhas lágrimas esvaídas do íntimo.
O coração bate acelerado. Quase falta ar. Corpos quentes, suados e colados.  Estendidos, um sobre o outro, preparou-se para o golaço de placa, num ritmo frenético e palpitante daquele falo transvestido de vênus, disseminando meu suco e aumentando a adrenalina. Avançou pelo meio lentamente. Sem adversários,  brincava com a cabeça daquele membro elegante, entrando e saindo da trave. Vai e volta. Levanta e desce. De ponta cabeça me revira e me vasculha. Me deixa perdida. Sussurra que me quer e me agarra.Atravancando entre suas pernas minha anca, recua calmamente e avança para o GOL, para dentro do gol.

Nos abraçamos em um desespero animal. Eclodimos numa ejaculação assustadora e entorpecente.
Gozamos juntos, destilando nossas almas, nossos corpos, em uma única trave.

Ouvimos os fogos de artifício, euforia, bandeiras, fumaça colorida, balões, nervosismo.  Sentimos a camisa no peito, a pintura no rosto, o grito solto no ar, coração na mão a cada passe. Espetáculo de primeira grandeza.  Naquele momento, corpos explodindo em minutos entusiásticos de emoção, cheguei a seguinte conclusão: entendi a sensação de ouvir um gol em campo e que existem pessoas realmente apaixonadas por futebol. 
Não importa o time. Não há perdedores. Há quem aproveite dos momentos de emoção e goze.

Tem coisa melhor do que o nosso futebol?




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores