sábado, 21 de abril de 2012

Nos dias normais.


Todo dia de manhã ao meu lado, um carinho leve que me faz surtar.  Que me deixa azul . Me arranca um odor efêmero e doces gemidos que me fazem dançar.  Sou conduzida pela boca que não pára de salivar e sussurrar palavras fumegantes e que se esvaem  desesperadas por navegarem na corrente sanguínea. 
Aquela língua que me lixa, abusa, me invade a pele e suga meus sorrisos. Lambe, cospe, vibra, boleia, cerca a minha vulva e minha loucura.

Todo dia de manhã... Corpos grudados, quentes em furta-cores, quase em explosão de sentimentos e que bailam num mar sem pudores. Carnes embriagadas e perdidas, quase mortas. Carcaças preenchidas do fogo proibido e lambuzadas pelo gozo divino. 

A dança que conduzia não tinha regras, ora sacudíamos num ritmo lento e apertado, ora frenético e solto, ora conturbado e masoquista, mas sempre em um balanceado livre e sadio.
Ele me acorda com os dedos passeando pela nuca e descendo pela costa, rodeando meus os seios - como que perdido - até me despertar com a mão acariciando o ventre e ninando minha boceta. O cacete, esperto, pronto pra me inspirar massageia-me a bunda. Amacia-me a carne aflorando os nervos, ainda sobre a calcinha de renda. Acaricia a virilha buscando minha vivacidade. Submerge os dedos calmos e depara-se com o clitóris acordado. Eriça-me a pele fina dos lábios grossos, quando espaça os dedos entre todas as dobras da vagina que baba e bamboleia os quadris me esfregando um convite pra virar de costas e ele me acertar o pau, de quatro no chão. 


Eis que reconheço minha carne e meu coração, quando afunda-se com a vara por completo em mim.  Sinto-lhe o talo do caralho provocando meu útero, tal qual um animal faminto... suplicava por comida. É quando percebo meu poder e minha essência destilando do corpo. Meu odor alastra-se no quarto transportando vida e raiz.
Ouço uma voz mansa que me acalenta, naquele entra e sai molhado. Espalmava as mãos na anca trêmula, o sangue espalhava-se entre nós como ácido fugidio e esgarçava a felicidade. Labaredas de fogo caiam sobre o quarto em silêncio, e nos inquietavam até o esgotamento!

Todo dia de manhã... Ele e eu renascíamos das cinzas, tínhamos o céu de testemunha, pois dançávamos a dança que o diabo pedia.

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