sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

ANDRADE, Carlos Drummond de (1902 - 1987


"Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice"
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação."
Os Ombros Suportam o Mundo



Talvez, o que o Drummond já dizia naquela época, seja este tempo de agora. 
Este é o tempo curto que ninguém tem tempo pra pedir desculpas PRESENCIALMENTE a alguém. Todo mundo resolve tudo pela internet. Ninguém mais tem tempo pra falar de amor (e quem quer falar disso?)... Ninguém mesmo?
Pois é, mas mais do que falar, EU QUERO SENTIR. Quero amar de verdade,sabe?! Quero sentir toda aquela coisa que algumas pessoas dizem sentir. Quero ser o vício de alguém, quero viciar em alguém. Quero amar...
Quero viver pra isso. 
Pronto, é só!


BOM DIA!

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