sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

/Lembrar de não se esquecer/


Cotidiano No. 2




Há dias que eu não sei o que me passa
Eu abro o meu Neruda e apago o sol
Misturo poesia com cachaça
E acabo discutindo futebol


Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão


Acordo de manhã, pão sem manteiga
E muito, muito sangue no jornal
Aí a criançada toda chega
E eu chego a achar Herodes natural


Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão


Depois faço a loteca com a patroa
Quem sabe nosso dia vai chegar
E rio porque rico ri à toa
Também não custa nada imaginar


Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão


Aos sábados em casa tomo um porre
E sonho soluções fenomenais
Mas quando o sono vem e a noite morre
O dia conta histórias sempre iguais


Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão


Às vezes quero crer mas não consigo
É tudo uma total insensatez
Aí pergunto a Deus: escute, amigo
Se foi pra desfazer, por que é que fez?


Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão




Toda vez que eu escuto Toquinho bate uma nostalgia boa, dessas que vem lágrimas na porta...

Lembro da minha infância cheia de bons sentimentos, sonhos, da casa da minha e a vontade de carregar o mundo na mochila...

Nossa! Como era bom os finais de semanas e férias no quintal da velha Deuzarina. Ah, Deuza para os mais íntimos. A velha, que sozinha, construiu seu barraco e criou as 7 filhas e os agregados, lá no Benguí, na rua Yamada, quadra T nº 40.
Nós os netos, crescemos na luxúria de colo e proteção de . Brincávamos de tudo o que a imaginação nos soprava. Fazíamos comida de folhas, frutas ou qualquer coisa que desse pra ingerir. Preparávamos desfiles chamando vizinhas para nos assistirem, muito embora na maioria das vezes, sendo apenas minha a plateia.
Normalmente éramos em numero quatro, eu, minha irmã -Larissa, meus primos Kaio e Karine. As menores, quando se metiam conosco, ora ou outra saiam chorando, pois as malinávamos... hahahaha
Lembro-me bem, de um jambeiro, em que minha plantou ao qual era nosso grande confidente . Nos deu frutos maravilhosos, suculentos de nos fazer passar mal, de tanto que comíamos. Dalí de cima, amei ruas, casas, meus primos, minha velha ....
Hoje, a casa não é mais a mesma. Aumentaram, quebraram, repartiram, cortaram o jambeiro, goiabeira, mangueira, ingazeiro. Trocaram piso, telhado. Não tem mais grama nem a gente correndo por lá...

O tempo deixou lá atrás, essas minhas lembranças.

Minhas melhores...



Ninguém vive de saudades. A gente lembra, enquanto a memória nos permite.


2 comentários:

  1. oi ly, o seu texto me lembrou da minha infância, dos fins de semana no sítio da minha tia, sem energia elétrica, com água puxada do poço, muitas frutas e muito espaço pra brincar. hoje já tem energia elétrica, água encanada, as frutas e o espaço diminuíram bastante, e a saudade ficou. bom fim de semana.

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  2. Quem infezlimente ñ viveu sensações como essas, ai do indivíduo, infância a estrada de cores e fantasia.

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