domingo, 28 de agosto de 2011

Introspecção.



Não vou te abandonar.
Vou sair. Vou pensar. Vou mergulhar em mim.
E se eu demorar, não me procure, não me esqueça. Não olhe pra trás, não enlouqueça.
Caminhe em frente. Trilhe a vida. Prossiga sem dor.

É que eu te amo baixinho, quieta, longe do teu amor. Do teu sexo viciante. Dessa tua voz, tua barba... Minha droga!

Não hei de sanar-te de mim. Tua língua conhece meus melhores caminhos, minhas entradas e saídas alcançando meu prazer supremo. Tua saliva banha meu corpo em fiéis cuidados (assim) como a mãe protegendo a cria. Acalentas minha alma, me deixas em constante ereção. Teu sorriso enobrece meu semblante. Teus dentes me fazem querer ser a carne entre caninos teus. Faz-me fundir céu e inferno em nossos densos momentos atracados, nus sem pecados... Sou o bem e o mal.
Teu pênis como em uma faca afiada preenche meu interior, me santifica, me enlouquece, me traduz, me faz bicho. E me deixa sangrar aos poucos...
Esqueces meu valor.

É que hoje, eu cansei!
Não te quero no escuro. Te quero pra vida inteira.
Esse é o meu pedido!

E se, não fores o eterno sem marcas, haverás de ser minha cicatriz.

Retrato: Filipe Almeida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores