segunda-feira, 5 de março de 2012

Uma vontade.

Te conheci de passagem, em um dia comum desses que o sol não brilhava e o coração conservava-se gelado.  Muitas nuvens, nenhum som e um cheiro doce no ar. 
Foi quando vi teu olhar sóbrio de cor negra, palpitante. Teu sorriso me agarrou e me amarrou no espaço. Teu suor fundiu-se ao meu abraço, e meu cansaço sucumbiu quando tuas mãos escorregaram sobre minhas pernas... Por um instante, me vi partir da carne. Teu calor me trouxe ar. E meu sangue  borbulhou enlouquecidamente quando teus lábios sugaram o melhor de mim. 
Delirei...
Mas por segundos, meu coração se distraiu e não te viu partir. Fiquei perdida...

Às vezes acho que foi tudo um sonho ou uma fantasia da minha mente esquizofrênica. Mas fiquei com o teu cheiro nos meus cabelos, uma aritmia e um sentido para vida: não escarro afetos, não chuto abraços, não nego camas gentis. 


De ontem em diante, não quero esquecer meus tropeços, nem vomitar meus amores. Só quero o último gole do teu sorriso e um trago da tua alegria para guardar na foto do nosso beijo.

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