domingo, 9 de janeiro de 2011

Desejo de domingo/

Dois cálices alí adiante, já vazios, sobre a escrivaninha. O vinho é seco. Sorrisos negros. Pensamentos vermelhos na cama branca.Velas prontas pra serem acesas no fogueira dos lençóis.
Dois corpos, seguros e decididos.
Um leve barulho... uma leve tensão, nenhuma dor, nenhuma ilusão. As juras... juras empregando verbos como: querer, gostar, desejar. E mais algum outro verbo que não sabíamos conjugar.
Era um domingo cinza, de poucas perspectivas de estímulo e vigorosidade do sol, mas ainda renovava em nós, a vontade de possessão e degustação enquanto temos um ao outro.
Era certo,não tínhamos mais fôlego pra sussurrar o quanto ansiávamos beijos , abraços e roçar de corpos.
E a chuva lá fora, que mandava um dia de carícias e quentura bandida, e que ansiávamos muito mais por um incêndio que pudesse acabar de vez com a nossa raça para ecoar na eternidade, nossa tal felicidade.
Mas já era tarde...
És meu, menos do que sou tua. Em um tempo, ainda não terminado.
Findou a água do céu, o domingo acabou e eu acordei!

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