terça-feira, 16 de novembro de 2010

Era um costume, e só./


Ele gostava era da saliva que ela cuspia de manhã cedo. Do hálito guardado da noite inteira, daquelas olheiras, do couro cabeludo desarrumado, de sua genitalia sequinha e quentinha que dormia ainda.
Mas ela não gostava de nada disso. Acordava de mal humor, já indo escovar os dentes, tinha pavor de toda aquela desarrumação a sua volta e em seu corpo.
Ele só se encantava todo dia com ela, entre 6h e 7h da manhã (Era o tempo que levava para se arrumar...) E depois que ela subia no salto, ele desencantava por completo daquela mulher. E então, os dois saiam pra trabalhar.
Ele sempre saia todos os dias imaginando o gosto puro dela, que não o deixava provar do seu cheiro verdadeiro e que ele sempre sonhou.
Ela só pensava em como suas celulites haviam aumentado, suas estrias estavam mais abertas, e com seus 29 anos, sem filhos mas já notava suas rugas e achava que não iria mais ser desejada por seu marido nem por qualquer pedinte de qualquer lugar do mundo.
Os dois viviam nessa rotina e não conseguiam ter um ao outro por completo nem na cama ou em seus complexos.
Por isso, o tempo os deixou casados por somente 2 anos completos, porque a tolerância se esgotou.
Não é nada de mais. É só mais uma separação.


O tempo se fechou, tá nublado. E o coração ficou mudo!
Eu acho que vai chover lágrimas...

[Tudo tem início, meio e fim]


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