terça-feira, 2 de novembro de 2010

O prostituto. Remunerado de amor.





Adjetivos: Elegância, postura e disciplina.





Não havia romance em seus olhos, tão pouco lágrimas por perdas. Tinha na face mais do que um vigor sexual, que o deixava em proeminência diante de suas presas. Atacava lançando-lhes um olor forte do líquido fervescente reprodutor em seu asco. Tinha três grandes curiosidades íntimas: nunca teve a intenção de deixar gerações, por isso fodia encapado SEMPRE; Não batia punheta, pois não tinha tempo, e não comia corpos masculinos.
Para a conquista do acasalamento, não fazia tantos movimentos, seu olhar compenetrava violentamente, invadia quaisquer corpos femininos aos quais tinha ânsia por devorá-los. Tinha consciência do quão era feio de corpo, carrancudo, barba mal feita, todo mal cuidado. Mas tinha a determinação de pescador faminto cheio de fé a foder e fazer gozar a mulher em seu alvo. Sempre ouvia de suas caças coisas do tipo: “Quando iremos nos ver, de novo?”, “Eu largo tudo pra ficar contigo”... Mas o prostituto era puto, todas se esqueciam deste detalhe.
Trepava ferozmente sem parar, em qualquer lugar, em qualquer esquina, em qualquer cama de solteiro ou chão de igreja, como um cachorro no cio cheio de tremores, hipocinesia, rigidez e uma certa instabilidade postural. Animalesco e cheio de energia, suava em bicas, porém nunca houve reclamações por seus surtos e tão pouco de seu imenso pau torto.
O puto, além de talentoso na conquista e na cama, pintava soberbamente todas as mulheres depois que as comia. E assinava cada quadro com um pseudônimo seu diferente. O nome dos quadros, dava-lhe os nomes das próprias modelos.
Comer, gozar e pintar mandava seu instinto, somente.
O tal cara de caráter manso vivia só. Dizia que seu coração era o maior vagabundo. Amava a tudo e a todas. Tinha muitos amores. Loiras, encarnadas, curitibanas, casadas, palmeirenses, gordinhas, famosas... Cultuava qualquer átomo feminino humano nascente por onde passava. Lamentava apenas as presas as quais não comia, porque não tinha tempo para fazer, o benfeitor do gozo.
De modo algum era solitário aquele homem. Pelo contrário, era cheio de amores e fazia feliz a quem amava por instantes.


Post scriptum: Talvez houvesse uma explicação para aquela fome toda por sexo: Era de touro, o animal.



Mas não creia fielmente nisso, leitor!
(Direitos autorais da foto, por Kaio Rafael.)
Texto meu!



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